08 outubro 2005

Vota em mim, vai!

Ainda a tempo antes das eleições autárquicas de amanhã, conto aos leitores que, ao contrário de mim, não têm nada que fazer uma história que podia ser o símbolo do Estado Partidário em que vivemos. (Esta frase foi para dar um ar de político no seu quadrado.)

Recebi na semana passada, no telemóvel, enquanto conduzia, uma chamada dum primo de 3.º grau (ou mais) por afinidade, com idade para ser meu pai, que nunca antes na vida me tinha feito uma chamada. Quando eu descobri quem era, ele diz: «Pedro, preciso que me faças um grande favor…» Eu já pensava: «A quem é que eu vou ter de dar boleia?…», mas respondi «Diz…». Para minha surpresa, ele responde:
— Domingo vais votar?
— Claro! — Respondo.
— É que eu queria pedir-te para vires cá votar na minha lista, do Partido (…)
— Ai andas a apelar ao voto ao telemóvel? — Ri…

Nisto passa um polícia por mim de mota e eu ao telemóvel e penso: «Acontece-me cada uma!…»

23 setembro 2005

Frotinha, o super-herói

Ha dias, folheava as revistas num quiosque. Não pude deixar de reparar na capa duma delas. Alexandre Frota — o actor pornográfico brasileiro que participou na Quinta das Celebridades na TVI e agora na inefável 1.ª Companhia — com ar de mauzão, fardado de soldado e com uma metralhadora nas mãos. Podia ler-se uma frase dele dizendo que ia rebentar com o quartel...

Mas o que me chamou mais a atenção foi o canto inferior direito, que fazia publicidade a uma nova personagem de banda desenhada — «Não percas as aventuras do Frotinha!»

Antevendo o ridículo, lá encontrei a banda desenhada na última página. Frotinha, super-herói, dava uma lição de ecologia a um menino que desperdiçava água. E termina dizendo que é preciso preservar o nosso planeta, que é «um show de bola azul»...

Como vêem, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. Comparado com o original, Frotinha bem podia ser chamado de Frutinha...

Be witch!

Há uns dias, fui ao cinema ver o filme Bewitched. À saída, ouvi atrás de mim uma rapariga dizer a outra:

— Eu gostava de ser witch!...
— Ah, eu também! — Responde-lhe a outra.

É verdade. Ser bruxa é uma coisa muito feia, mas ser witch está, definitivamente, na moda!

19 setembro 2005

Mãe, como me chamo?

História verídica:

Uma família de emigrantes em França entra no banco Nova Rede no Carandá, em Braga. Breve descrição dos intervenientes: Pai, português; mãe, típica portuguesa; filho perto dos 30 anos, cabelo com madeixas loiras aos bicos e sapatilhas espalhafatosas (típico “avec”); mulher deste: rapariga loira de cabelo enorme, de mini-saia e tamancos enormes, com ar de …

Entretanto, a bancária pergunta o nome ao rapaz. Este:

— Augusto.

A mãe interrompe, intrigada e confusa:

— Não é Agostinho??!
(Sim, a mãe estava com dúvidas!)

Filho: — Não, é Augusto!

A bancária pasmada, boquiaberta. Eu, deliciado…

Finalmente, para desfazer as dúvidas, o Augusto/Agostinho tira um documento da carteira. Afinal, a mãe tinha razão. Ele chamava-se Agostinho.

Segredos do Código

Sempre que passo pela montra da livraria Bertrand, fico intrigado. Vejo expostas dezenas de exemplares do livro Segredos do Código, com o sugestivo subtítulo: O que ainda não foi dito sobre o Código da Vinci.
O autor, Dan Burstein, merecia uma estátua — tão árdua deve ter sido a tarefa de dizer o indizível.

«Si habla 'obrigada'»

No passado mês de Agosto, na praça principal da vila da Nazaré, uma mulher (portuguesa) pintava "tatuagens" a tinta-da-china. A certa altura, vi-a virar-se para um asiático alto (!), "ensinando": «Si habla 'obrigada'...»

Ainda haverá quem choramingue por no estrangeiro ser frequente pensarem que Portugal é uma província espanhola?

02 setembro 2005

«Eu não sou racista, ele é que tem o azar de ser preto.»

Li a frase do título deste poste na 1.ª página da edição de hoje dum jornal humorístico português, acho que no Correio da Manhã, ou no 24 Horas — qual deles o melhor?—. Parece que era a resposta do «actor» Rodrigo Saraiva — aquele que passava a vida a dizer «que atrofio» (“kiatrufiu”) na «série» Médico de Família — a um dos «cantores» dos D'ZRT, por sinal, negro, que foi vítima duma alegada (neste blogue pratica-se jornalismo sério!) agressão racista da parte deste tal Rodrigo Saraiva.

Este Rodrigo tem futuro.

19 agosto 2005

Pretexto

Vivemos num mundo ridículo. Quando pensamos nisso, é costume termos uma destas reacções: ou rirmos sem parar, ou chorarmos com pena de vivermos num mundo tão fraco. Eu prefiro a primeira. E, como não sou egoísta, partilharei com o mundo as situações ridículas com que me deparo quase diariamente.